Olá!
Gente, a
semana está voando e hoje já é sexta-feira......e 13!
Até agora
eu não havia comentado sobre essa data, mas hoje estou inspirada!
Dizer que
é um dia de azar, muita gente diz...mas estou longe desse pensamento. Meu
pensamento está nos milhares de gatos pretos que hoje tem seu dia de azar por
causa de superstições e preconceito.
Sabe o
que significa um gato preto cruzando o seu caminho? Significa apenas que ele
está indo a algum lugar.
Aqui no
Estúdio Brigit temos 3 gatos e um deles é totalmente preto, seu nome é Potter
(esse das fotos). Nenhum deles vai à rua porque assim como todos os
animais de estimação, os gatos devem ficar em casa, protegidos,
alimentados, cuidados e amados.
Deixar um
animal de estimação ir sozinho à rua significa arriscar a vida dele.
Muitas
pessoas tem a ideia de que gatos são animais livres, que vão à rua dar umas
"voltinhas" e depois retornam, mas não é bem assim. Muitos são
atropelados, ficam presos em lugares e não conseguem sair, outros sofrem
violência (como os gatos pretos, principalmente em dias como hoje), e ainda há
o risco de contraírem doenças.
Sou
assumidamente gateira e gosto muito de um texto escrito pelo Arthur da Távola
em que ele consegue desvendar um pouco a complexa natureza de um gato.
Feliz
Sexta-feira 13 a todos!
Aqui está
o texto, vale á pena ler:
ODE AO
GATO
Artur da Távola
Nada é mais incômodo para a
arrogância humana que o silencioso bastar-se dos gatos. O só pedir a quem amam.
O só amar a quem os merece. O homem quer o bicho espojado, submisso, cheio de
súplica, temor, reverência, obediência. O gato não satisfaz as necessidades
doentias de amor. Só as saudáveis.
Já
viu gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um
pilantra que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e
dança valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e
faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na
jaula. Gato não. Só aceita relação de independência e afeto. E como não cede ao
homem, mesmo quando dele dependente, é chamado de traiçoeiro, egoísta, safado,
espertalhão ou falso.
“Falso”,
porque não aceita a nossa falsidade e só admite afeto com troca e respeito pela
individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se
sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e o dá se
quiser.
O
gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte. Sábio, é
esperto. O gato é zen. O gato é Tao. Conhece o segredo da não-ação que não é
inação. Nada pede a quem não o quer. Exigente com quem o ama, mas só depois de
muito se certificar. Não pede amor, mas se lhe dá, então o exige.
O
gato não pede amor. Nem dele depende. Mas, quando o sente, é capaz de amar muito.
Discretamente, porém, sem derramar-se. O gato é um italiano educado na
Inglaterra. Sente como um italiano, mas se comporta como um lorde inglês.
Quem
não se relaciona bem com o próprio inconsciente não transa o gato. Ele aparece,
então, como ameaça, porque representa a relação sempre precária do homem com o
(próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Vê além,
por dentro e avesso. Relaciona-se com a essência.
Se
o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes)
impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende ao afago. A relação
dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos
ver. Por isso, quando esboça um gesto de entrega, de subida no colo ou
manifestação de afeto, é muito verdadeiro, impulso que não pode ser desdenhado.
É um gesto de confiança que honra quem o recebe; significa um julgamento.
O
homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real
ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode (enfrenta
a própria solidão de maneira muito mais valente que nós).
Se
há pessoas agressivas em torno ou carregadas de maus fluidos, eles se afastam.
Nada dizem, não reclamam. Afastam-se. Quem não os sabe “ler” pensa que “eles
não estão ali”, “saíram” ou “sei lá onde o gato se meteu”. Não é isso! É
preciso compreender porque o gato não está ali. Presente ou ausente, ensina e
manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, está comunicando
códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir.
O
gato vê mais, vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluidos, auras,
fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e
parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente ao nosso lado, a ensinar
paciência, atenção, silêncio e mistério.
Monge,
sim, refinado, silencioso, meditativo e sábio, a nos devolver as perguntas
medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer
preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova
questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à
certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e novas
inter-relações, infinitas, entre as coisas.
O
gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são
íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não
agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precisa de promoção ou
explicação os assusta. Ingratos os desgostam. Falastrões os entediam. O gato
não quer explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com
aparências. Ninguém em toda a natureza, aprendeu a bastar-se (até na higiene) a
si mesmo como o gato.
Lição
de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração e
yoga. Ensina a dormir com entrega total e diluição no Cosmos. Ensina a
espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos os músculos, preparando-os
para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do
gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo (quase quinze minutos) se
aquecendo para entrar em campo. O gato sai do sono para o máximo de ação,
tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico
de cada parte do seu corpo, ao qual ama e preserva como a um templo.
Lições
de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação
integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço
próprio e território pessoal. Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho
muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de
introversão. Lição de contato com o mistério, o escuro e a sombra. Lição de
religiosidade sem ícones.
Lição
de alimentação e requinte. Lição de bom gesto e senso de oportunidade. Lição de
vida e elegância, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças,
sem veemências ou exageros e incontinências.
O
gato é um monge portátil sempre à disposição de quem o saiba perceber.
Hello!
Guys, the week is flying and today is Friday 13th ......!
Until now I had never commented on the date, but today I'm inspired!
Many people say it is an unlucky day... but I'm far from that thought. My thought goes in the
thousands of black cats who have their unlucky day today because of superstition and prejudice.
Do you know
why a black cat crosses your path? Because he's going somewhere.
Here at Studio Brigit we have three cats and one is completely black, his name is Potter(the one on the photos). None of them go into the street because like all pets, cats should stay at home, protected, fed, and loved.
Leaving a pet to go alone to the street means risking its life. Many people have the idea that cats are free animals, that go to the street for a few "jaunts" and then return, but not quite. Many run over, get stuck in places and can not get out, others suffer violence (such as black cats, especially on days like today), and there is the risk of contracting diseases.
I am a Cat Lover and I love a text written by Arthur da Távola in which he reveals a little of the complex nature of a cat.
Happy Friday the 13th everyone!
Here is the
text, it will be worth reading: (it is very difficult to translate such a complex
text! I apologize for all my gammatical mistakes!)
ODE TO THE CAT
Arthur da
Távola
Nothing is more annoying to the human arrogance than the self quiet of
cats. They only request whom they love. They only
love those who deserve it. The humans want the animal to be wallowed and
submissive, full of supplication, awe, reverence and obedience. The cat
does not meet the needs of sick love. Only healthy.
Have
you ever seen a tamed cat, with a silly hat, obeying the orders of a scoundrel
who lives at his expense? No! Even the kindly elephant wears a kilt and dances waltz at the
circus. The loyal dog in the background understands the plight of the
owner and is kind enough to make a living by it. The
lion and the tiger in the same cage. Not the Cat. It only accepts
regarding independence and affection. And when the cat
disobeys its owner, even when it depends on him, it's called
treacherous, selfish scoundrel, rascal or false.
"False,"
because it does not accept our falsehood and only admits affection
with exchange and respect
for its individuality. The cat does not like someone because it has to
like to feel better. It gives its love if it wants to.
The
cat returns to man the exact measure of the relationship it receives. Wise
and smart. The cat is Zen. The cat is Tao. Knowing the
secret of non-action is not inaction. It aks nothing for those who do not want its company . Picky about who
loves it, but only after very sure.Does not ask for love, but if it gives you
its love it so requires love as well.
The cat does not ask for love. Neither
depends on it. But when it does,it loves a lot. Quietly,
however, without spilling out. The cat is an Italian educated in
England. It feels like an Italian, but behaves like an English lord.
Those who does not relate well with their own
unconscious don't like cats. It then appears as a threat, because it
always shows the precarious relationship between man and the (own)
mystery. The cat is not related to the appearance of man. Sees
further, inside and inside out. It relates to the essence.
If the gesture of affection is fearful
or replace unacceptable (but existing) secret impulses of aggression, the cat
knows. And refuses the cuddle. Its relationship is with what is
hidden, stored and neither do we want, we can know or see. So when it
makes a gesture of surrender, climb in your lap or expresses affection, is very
true, that momentum can not be overlooked. It is a gesture of trust that
honors the owner, means a trial.
The man does not know how to see the
cat but the cat knows how to see the man. If there is actual or
latent disharmony, the cat feels. If there is loneliness, it
knows how to mitigate (facing the loneliness so much braver than us).
If there
are aggressive people around or bad-laden fluid, they move away. They say nothing,
do not complain. Deviate. Those who do not know them think
"they are not there", "left" or "I do not know where
the cat got into." Not so! We must understand why the cat is not
there. Present or absent, teaches and expresses something. Near or
far, watching or pretending not to see, it is giving us codes we do not always
(or almost never) know how to translate.
The cat sees, views within and beyond us. It relates to
fluids, auras, ghosts friends and oppressors. The cat is psychic,
magician, alchemist and parapsychologist.It's a chance of meditation standing
beside us, to teach patience, attention, silence and mystery.
Monge, yes, refined, quiet, thoughtful
and wise, the questions return us fearful hoping finding the path in our
search, instead of being prepared, already known and followed. The cat
always responds with a new issue, referring us to the ongoing research of the
real, the never ending quest, to make sure that every second contains the
possibility of creativity and new interrelations, endless, among other things.
The cat is a daily lesson of true
affection and faith. Its manifestations are intimate and
profound. Requires gathering, delivery, attention. Unaware do
not please cats. Noisy annoy them. Everything that needs promotion or
explanation scares them. Do not like ungrateful. Bigmouths are boring. The cat does not want explanation or
statement. Lives of the truth and are not deceived by
appearances. Nobody in all world learned to be self sufficient (even in
hygiene) as the cat.
Lesson
of sleep and weight, the cat teaches us all breathing and yoga
positions.Teaches to sleep with total dilution in the
Cosmos. Teaches us to stretch with the most complete massage of all the
muscles, preparing them for immediate action. If the trainers learn
the heating of the cat, the reserve players would not take so long (fifteen
minutes) warming up to take the field. The cat comes out of sleep for
maximum action, tension and elasticity in the second. Know the precise
performance graph and each part of their body, which it loves and preserves as
a temple.
Lessons of sexual and
sensual. Lesson of loving involvement with dedication of several
days. Lesson of family organization and definition of their own space and
personal territory. Anatomy Lesson, balance, muscle
performance. Lesson of jumping. Lesson of silence. Lesson
of rest. Lesson of introversion. Lesson of contact with the
mystery, darkness and shadow. Lesson of religious without icons.
Lesson of power and refinement. Lesson of good gesture and
timing. Lesson of life and elegance, the most complete, daily, silent,
polite, without charges, without exaggeration or incontinence.
The
cat is a portable monk always available to those who realize it.